29 de jun. de 2010

CARNALIDADE

“Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis.” (Gálatas 5:17)

Vejamos qual interpretação daremos a esses temas:

----"Expressão Corporal"----

Entre cristãos evangélicos, quando se fala em naturismo, uma das críticas mais comuns é a alegação de que a nudez social alimente a carnalidade. E isso é plenamente compreensível, uma vez que desde sempre aprendemos que há uma oposição entre o material e o espiritual, e que tudo o que satisfaz ao corpo enfraquece o espírito.

 E o Novo Testamento está de fato recheado de textos que parecem confirmar este raciocínio, O próprio Cristo assinalou que “em verdade o espírito está pronto mas a carne é fraca” (Mateus 26:41). Também o Apóstolo Paulo em várias passagens denuncia esta oposição entre “carne” e “espírito”. Vejamos alguns:

 Romanos 8:1 – “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.”

 Romanos 8:13 – “Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis.”

 ----"Sexualidade"----

Existe uma banalização da sexualidade por um lado, para tomar como exemplo, onde o sexo se transforma em mero objeto de prazer e por outro lado num obscuro método de procriação sem prazer. ou olhamos para a sexualidade como uma aberração causada pelo efeito do pecado no ser humano – achamos que Deus nos criou sexuados, mas com condições de que esse sexo fosse apenas para a perpetuação do ser humano na terra – daí, tudo que tem a ver com o prazer sexual precisa (!) estar ligado ao pecado. Por isso, muitos de nós se sentem sujos e insatisfeitos quando do relacionamento sexual (mesmo dentro do casamento!).

Será pedir demais para percebermos a sexualidade como algo Divino?! Criada por Deus, utilizada como meio de perpetuação sim, mas não somente.

 A sexualidade é bíblica e, teologicamente falando, talvez uma das maiores referências que Deus faz de si mesmo em relação ao seu povo – o problema é que olhamos para vários aspectos do relacionamento de Deus conosco, mas não atentamos para este fato, pois não conseguiríamos comparar Deus conosco desta forma.

 No AT Deus se chama de “marido” e Israel por vezes é uma esposa infiel que ele continua amando. No NT Jesus é o “noivo” da Igreja que deverá ser levada para as bodas. Falar que o ideal de Deus para a sexualidade do ser humano não permeia a própria visão quase “antropomórfica” da questão é deixar de lado algo muito importante nos relacionamentos “maritais”.

 As comparações são óbvias e expressam muito do relacionamento que Deus espera dele mesmo e do seu povo. Paulo, quando expressa sobre isso em Efésios manda os maridos amarem suas esposas como Cristo ama a sua Igreja. Esta expressão do amor, do cuidado, do zelo, do carinho, do compartilhar das dores e das vitórias, ou seja a totalidade da vida é muito profunda e vale a pena entender isso não somente do ponto de vista de Deus, divino, mandamento ou mesmo o que o Senhor espera de nós, mas do ponto de vista humano, entrega, fé, cumplicidade, totalidade, união, comunhão e tudo o mais que os relacionamento devem ter.

 Em Gênesis 4.1 vemos a expressão – “coabitou” referindo-se ao ato de Adão e Eva de se “conhecerem” sexualmente. O sentido especial da palavra no AT denota um conhecimento muito mais que o simples ato sexual, mas uma atitude de intimidade a que estão expostos os dois no ato sexual.

 O prazer não é mero objeto de manipulação de órgãos sexuais, mas sim no aprofundamento do conhecimento mútuo, seja conhecimento inerente ao ato em si, pontos de toque, sensibilidades ou mesmo preferências, como no conhecimento intelectual do outro, da alma, dos conceitos e necessidades. Coabitar é mais que manter relações sexuais, é, antes de qualquer coisa, “conhecer em profundidade o outro”.

O senso comum aponta que esta “carne” seria nosso corpo material e seus instintos. Assim, “mortificar a carne” ou “negar a si mesmo” implicaria em asceticismo quanto ao corpo. À partir daí explica-se a adoção de ações auto-flagelativas por grupos religiosos radicais ao longo dos séculos. Segundo a mesma lógica, qualquer coisa que satisfaça nossos desejos físicos seria um atentado ao espírito.

 É deste modo que todas as expressões de prazer físico e foram satanizadas, seja o prazer sexual, o palativo, e mesmo os prazeres estéticos que envolvam a manifestação física, como a dança ou o esporte.

 E seguindo este raciocínio chegaremos sim à conclusão inevitável de que a prática naturista satisfaz a carne, e portanto será prejudicial ao espírito. Logo proibiremos o nudismo, e em seguida os banhos de mar e de sol, o esporte, a dança, a gastronomia, a música, o sexo não-procriativo, os esportes todos, todas as fomas de expressão corporal. Logo instituiremos nossa própria versão das burgas, do cilício, das chibatas de auto-flagelação.

 ----Conclusão----


É necessário e urgente fazer-se em nosso meio uma diferenciação entre perversão sexual e ato sexual. Deus criou o ato e o pecado gerou a perversão. Deus criou, inclusive colocando dentro do arcabouço de sua visão da perfeição e bondade que havia criado – “crescei e multiplicai” (de Gênesis 1.28) está antes da palavra de Deus que engloba tudo isso – “E viu Deus que tudo era bom” (Gênesis 1.31). Deus viu tudo o que criara como sendo bom e agradável, perfeito, inclusive a união sexual.


Sendo assim aqueles que andam em Espírito (confiam unicamente na Graça de Cristo) não cumprem as exigências da carne (não tentam conquistar sua própria redenção, como se isso fosse possível).

 Pois todo o que se rende a Cristo entregando-se a Ele, e confiando apenas nEle para sua salvação não precisa mais tentar satisfazer ao próprio ego.
 Nesse texto, eu procuro trazer uma explicação simples do que é" carne" ou" pecado da carne" e seus conceitos, para que no entendimento possa reinar a palavra da verdade, e não (faláciais) sem sentido para a vida cristâ, que Deus em cristo vos abençoe:




Angrey!!!