26 de mai. de 2010

Profeta Joel - Capítulo 2

Era costume dos israelitas rasgarem as suas vestes, porém, Deus queria que eles rasgassem o coração (circuncisão do coração). Somente quando o homem 'rasga' o coração é que ocorre a verdadeira conversão. A ‘circuncisão’ do prepúcio, o ‘rasgar’ vestes, os ‘jejuns’ de alimento e os 'sacrifícios' de animais não tornava o povo de Israel agradável a Deus, pois a verdadeira circuncisão é Deus que faz. Somente Ele tem o poder de rasgar o velho coração e dar um novo coração ( Sl 51:10 : Dt 30:6 ).

Introdução


Neste capítulo o profeta Joel continua alertando o povo de Jerusalém acerca da iminente invasão dos inimigos. Ele proclama a necessidade de um arrependimento nacional para que o mal predito não sobreviesse sobre o povo e a cidade de Sião ( Jl 2:1 -27).
Após o alerta, o profeta anuncia que Deus dará, sem medida, do seu Espírito aos homens (derramar), e faz referência a vários períodos históricos que ainda estavam por vir ( Jl 2:28

1 TOCAI a trombeta em Sião, e clamai em alta voz no meu santo monte; tremam todos os moradores da terra, porque o dia do SENHOR vem, já está perto;

Tudo que foi apresentado no capítulo 1 é novamente apresentado no capítulo 2, porém, o tempo verbal muda. Neste capítulo a visão demonstra que a invasão inimiga está para ocorrer, ou seja, apresenta um alerta, enquanto no primeiro capítulo a visão apresenta uma calamidade instalada, demonstrando que a atitude do povo (embriagados) condizia com uma realidade caótica.
O capítulo 1 começa com o clamor do profeta “Ouvi isto, vós anciões, escutai, todos os moradores da terra" ( Jl 1:2 ), o capítulo 2 também: “Tocai a trombeta em Sião, e daí o alarma no meu santo monte Sião...” ( Jl 2:1 ).

Lembre-se que a divisão em capítulos e versículo simplesmente foram adotas para fins didáticos e de referência, visto que os livros da bíblia devem ser considerados no todo, sem divisões de qualquer espécie.
O profeta Joel conclama os moradores de Sião a apresentar-se para a batalha. – ‘Tocai a trombeta, daí o alarma em Jerusalém’, pois o dia que pertence ao Senhor estava próximo.
O dia do Senhor faria com que todos os moradores do mundo tremessem ( Jl 1:15 ). Enquanto no capítulo 1 a visão do profeta apresenta a nação de Israel aviltada em decorrencia de uma invasão estrangeira, no capítulo 2 a visão descreve a mesma invasão como sendo iminente.

2 Dia de trevas e de escuridão; dia de nuvens e densas trevas, como a alva espalhada sobre os montes; povo grande e poderoso, qual nunca houve desde o tempo antigo, nem depois dele haverá pelos anos adiante, de geração em geração.


O profeta descreve o dia do Senhor como sendo de ‘trevas’ e de ‘escuridão’; dia de nuvens e densas trevas. A intensidade das trevas é comparada a alva que se espalha pelos montes ‘...como a alva espalhada pelos montes’ (v. 2).
Por que o dia do Senhor seria de escuridade? A resposta vem a seguir: “... povo grande e poderoso, qual nunca houve desde o tempo antigo, nem depois dele haverá pelos anos adiante, de geração em geração” ( v. 2), haveria de invadir Jerusalém.

O profeta dá a entender que a escuridade se dará como por nuvens que encobrem o sol (alva), ou seja, é uma clara referencia a invasão da nação inimiga, que no capítulo 1 foi descrita e comparada a uma invasão de gafanhotos.

No capítulo 1 o profeta viu o que restou da invasão de gafanhotos ( Jl 1:4 ), já no capítulo 2 ele descreve a chegada dos invasores como ‘nuvens’, pois a invasão dos ‘gafanhotos’ se assemelha as ‘nuvens’ quando encobrem a luz solar.

A invasão prenunciada foi representada por gafanhotos, porém, ela se daria por um povo, uma nação (Heb ‘am, uma coletividade, um povo, uma nação).

A quantidade de homens e o poder bélico do povo invasor seria algo jamais visto, informação que nos permite entender a pergunta feita no capítulo 1: “Aconteceu isto em vossos dias, ou também nos dias e vossos pais?” ( Jl 1:2 ). A resposta para a pergunta é: “... povo grande e poderoso, qual nunca houve desde o tempo antigo, nem depois dele haverá pelos anos adiante, de geração em geração” ( Jl 2:2 ).


3 Diante dele um fogo consome, e atrás dele uma chama abrasa; a terra diante dele é como o jardim do Éden, mas atrás dele um desolado deserto; sim, nada lhe escapará.



O profeta descreve a frente de batalha do exército invasor como ‘fogo que consome’, e a retaguarda como ‘chama que abrasa’. Ele compara a terra a ser conquistada pelos invasores com o ‘Jardim do Éden’, mas após passar o invasor, haverá somente um deserto desolador.

Nada escapa ao inimigo invasor (devorador)!

4 A sua aparência é como a de cavalos; e como cavaleiros assim correm.

A aparência não diz da aparência física, antes aponta para a força e a agilidade dos invasores. São velozes e fortes como cavalos, porém, organizados como cavaleiros.

5 Como o estrondo de carros, irão saltando sobre os cumes dos montes, como o ruído da chama de fogo que consome a pragana, como um povo poderoso, posto em ordem para o combate.


Os obstáculos são vencidos facilmente, como o som que ultrapassa qualquer barreira. Observe o comparativo: eles não saltarão os obstáculos com os seus carros, antes como o ‘estrondo’ de carros (som), irão saltando por sobre os montes.

Os ‘montes’ neste verso refere-se às nações. Por exemplo: Israel é o monte santo do Senhor, ou seja, a nação santa. Observe a pergunta que o salmista Davi faz aos montes e outeiros: "Montes, que saltastes como carneiros, e outeiros, como cordeiros?" ( Sl 114:6 ), ou seja, a pergunta dele foi feita as nações, que figuram como montes e outeiros.

O povo invasor haveria de sobrepujar os obstáculos erguidos pelas nações, submetendo-as ao seu domínio (v. 6 e 7).

Observe as comparações estabelecidas pelo profeta:

Aparência como de cavalos – Força;

Como Cavaleiros correm – Agilidade;

Como estrondo de carros – Não há barreiras;

Como o ruído da chama do fogo – Destruição.

Em resumo: Como um povo poderoso e em ordem para a guerra! As características do povo invasor se assemelham a dos gafanhotos: fortes, ágeis, sem empecilhos que os detenham e destruidores vorazes.


6 Diante dele temerão os povos; todos os rostos se tornarão enegrecidos.


As nações temem diante do povo invasor. O temor tomará Jerusalém e as nações em redor. Todos ficarão pálidos, congelados pelo terror.

7 Como valentes correrão, como homens de guerra subirão os muros; e marchará cada um no seu caminho e não se desviará da sua fileira.

Este verso ilustra o verso 5.

O exército invasor é descrito como ‘valente’ e ‘velozes’ (como valentes correrão). Como homens de guerra subirão os muros, ou seja, não há obstáculo para eles, pois são ‘adestrados’ na arte da guerra.

A descrição seguinte é própria aos gafanhotos: marchará cada um no seu caminho e não se desviará da sua fileira.

8 Ninguém apertará a seu irmão; marchará cada um pelo seu caminho; sobre a mesma espada se arremessarão, e não serão feridos.

Apesar de numerosos, não se atrapalham na batalha. Cada um tem função específica, e mesmo que se arremessem sobre a espada do inimigo, contudo ‘não serão feridos’. O que isto quer dizer? Que o comportamento deles se assemelha a dos gafanhotos, que ‘doam’ as suas vidas para que os outros obtenham êxito na empreitada beligerante.

9 Irão pela cidade, correrão pelos muros, subirão às casas, entrarão pelas janelas como o ladrão.

Os inimigos invadirão as cidades, correrão pelos muros (na antiguidade os muros eram largos Ne 12:31 -38), subirão casa por casa e agirão como o ladrão.

10 Diante dele tremerá a terra, abalar-se-ão os céus; o sol e a lua se enegrecerão, e as estrelas retirarão o seu resplendor.

Diante do exercito invasor os homens (terra) tremeriam, pois perderiam a confiança (abalar os firmamentos). Assim como o enxame de gafanhotos enegrecem o sol e a lua, a ação dos invasores dissiparia a luz da esperança que sustem os povos.


11 E o SENHOR levantará a sua voz diante do seu exército; porque muitíssimo grande é o seu arraial; porque poderoso é, executando a sua palavra; porque o dia do SENHOR é grande e mui terrível, e quem o poderá suportar?


O terrível exército pertence ao Senhor, pois Ele é que dá a ordem (executando a sua palavra) para a invasão. O arraial (acampamento) do exército a serviço do Senhor é muitíssimo grande.

O exercito inimigo executará a palavra do Senhor, e, portanto, é poderoso. A força e o poder do exército decorrem da palavra do Senhor.

Diferente de Judá e Israel, que se diziam povo do Senhor, mas que não obedeciam a sua voz, o Senhor tem o exercito invasor como sua propriedade.

12 Ainda assim, agora mesmo diz o SENHOR: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto.


Apesar da palavra do Senhor anunciar calamidades sobre Jerusalém, o Senhor apresenta a sua misericórdia “Ainda assim, agora mesmo...” ( v. 12).

Por intermédio do profeta, Deus conclama o povo a conversão: “Convertei-vos a mim de todo o vosso coração...” (v. 12). Como se converte ao Senhor de todo o coração?

O profeta Moisés é claro: "E o SENHOR teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração de tua descendência, para amares ao SENHOR teu Deus com todo o coração, e com toda a tua alma, para que vivas" ( Dt 30:6 ).

Somente quando Deus circuncida o coração do homem é possível amá-lo de todo o coração e de toda a alma, pois somente após a circuncisão de Deus o homem morre e passa a viver para Deus.

Ora, o povo procurava cumprir a lei, pois circuncidavam o prepúcio da carne dos seus filhos, porém, sujeitarem-se Aquele que faz a circuncisão que dá vida crendo na sua palavra, não se sujeitavam. Portanto, não havia como eles amarem a Deus através de seus sentimentos, ações e esforços.

A conversão do homem deve ocorrer no tempo presente, deve ser agora, pois hoje é o dia sobre modo aceitável, o dia de salvação.

13 E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal.


Era costume dos israelitas rasgarem as suas vestes, porém, Deus queria que eles rasgassem o coração (circuncisão do coração).

Somente quando o homem 'rasga' o coração é que ocorre a verdadeira conversão. A ‘circuncisão’ do prepúcio, o ‘rasgar’ vestes, os ‘jejuns’ de alimento e os 'sacrifícios' de animais não tornava o povo de Israel agradável a Deus, pois a verdadeira circuncisão é Deus que faz.

Somente Ele tem o poder de rasgar o velho coração e dar um novo coração ( Sl 51:10 : Dt 30:6 ).

Quais os sacrifícios que Deus se agrada? “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” ( Sl 51:17 ).

Porém, o povo de Israel, apesar de:

Procurarem dia a dia a Deus;

Ter prazer em querer saber os seus caminhos;

Ser um povo que buscam praticar justiça, e que;

Não deixava o mandamento de Deus.

Contudo, não serviam a Deus com entendimento ( Is 58:2 ; Rm 10:2 ). Eles estavam confiados que as suas ações como ir ao templo, estudar a lei, praticar justiça aos companheiros, etc., os tornariam agradáveis a Deus. Apoiavam-se numa justiça própria, mas não confiavam em Deus, que é misericordioso, compassivo, tardio em irar-se, benigno e que se arrepende do mal, independentemente das ações dos homens.


ESSE ESTUDO É MUITO COMPLEXO E MUITO GRANDE, PORÉM PARA QUEM QUER APRENDER SOBRE OS ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS, DEVEM ESTUDAR PROFUNDAMENTE...

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